segunda-feira, junho 26, 2006

Conversa a Dois

O diálogo começara suavemente e quase em jeito de aviso:
- Haverá sempre um ponto apartir do qual o teu caminho se fará sem mim, porque eu não poderei estar sempre junto de ti. Não te sei dizer onde ou quando atingirás essse ponto, penso mesmo que só te aperceberás dele algum tempo depois de o teres passado. Nesse momento perceberás que estás por tua conta e risco. Saberás também que o resto do caminho será trilhado sem mim, mas isso não será necessariamente mau.

A resposta surgiu com um sorriso:
- Sim, eu sei! Um dia o caminho será apenas o meu, no entanto certamente que tudo o que aprendi e aprendo contigo não se perderá, e de alguma forma farás parte do meu ser para sempre através disso. Estarás lá de um outro modo, e isso não será necessariamente mau.

Trocaram um olhar cúmplice como só dois bons amigos conseguem fazer, havia muito mais para além de uma simples relação de mestre e aprendiz entre eles.

quinta-feira, junho 22, 2006

Inovar

É palavra de ordem, é desejo dos mais ambiciosos, é chavão económico nos dias de hoje, mas quando realmente toca a exercitar a Inovação tudo se complica. Para inovar há que saber colocar em causa a forma tradicional instituída, é preciso ter a coragem de ir contra a corrente e arriscar ser diferente, há que ter a frieza de não desistir aos primeiros obstáculos e ao mesmo tempo o discernimento suficiente para perceber que os possíveis ganhos continuam a ser mais elevados que os riscos que se correm. Não é tarefa fácil, mas quem disse que viver era simples?

Ao pensar em tarefas triviais da vida será que conseguimos colocar em causa a forma como são habitualmente executadas? Pode estar aí uma inovação escondida, mas só a vamos efectivamente descobrir se ousarmos quebrar as regras, caso contrário nunca nos vai ocorrer fazer as coisas de forma diferente daquela que toda a gente faz e sempre fez. Sim, porque até no modo de viver é possível construir alternativas inovadoras que vão contra o tradicional mas que aumentam a felicidade de quem assim vive. A felicidade funciona aqui como a produtividade na economia.

E enquanto não nos habituarmos, todos em comunidade, a colocar em causa o que há muito está estabelecido, dificilmente teremos uma rotina de Inovação instituida que nos permita naturalmente evoluir pessoalmente e colectivamente. Para isso, é preciso também estarmos disponíveis para arriscar um pouco de nós, sermos empreendedores e deixarmos de estar agarrados a antigas palavras de ordem como “direitos adquiridos”.

Seremos capazes? Individualmente primeiro, colectivamente depois e finalmente de uma forma natural como fazendo parte da nossa educação como comunidades? Aqui está um bom desafio: quem me acompanha?

quarta-feira, junho 21, 2006

Esperança

Alguns meses atrás a história do António tocou-me fundo por mil e um motivos. Fui acompanhando como pude e como consegui, mas as voltas da vida e do tempo acabaram por atirar este episódio para a pilha dos inúmeros assuntos que vão ficando num stand-by eterno.
Anteontem enquanto passeava pelos arquivos do correio electrónico, recordei-me do A. e questionei-me sobre o que teria acontecido entretanto. Pensei triste que mais uma causa ficou para trás nesta vida atarefada que levo. Curiosamente, ontem chegou um mail com notícias sobre uma operação acabada de acontecer e um pós-operatório cheio de esperanças que se inicia agora.

Coincidências? Talvez...
Força!

domingo, junho 18, 2006

Bandeira




Será que hoje em dia só se aprende a cantar o hino nacional por causa da selecção? Seremos um país de costas voltadas para os símbolos em que apenas o futebol nos faz olhar de novo para a bandeira que nos representa enquanto nação? Ou seremos um país tão desencantado em que apenas o jogo da bola nos faz acreditar que podemos ser tão bons como os melhores?

Talvez a tudo isto não seja estranho o facto de se discutir cada vez mais se este é um país com futuro ou se estamos irremediavelmente presos à menoridade e às crises consecutivas que nos arrastam para a cauda da Europa por muito que o conceito desta se alargue a Leste. Estamos descrentes enquanto povo, faltam as referências e o ideais, mas pior é que continua a não existir uma consciência sólida que dependemos do esforço de cada um de nós para conseguir cosntruir um futuro melhor e que não é simplesmente cruzando os braços enquanto esperamos um milagre do tão falado Estado que venha de novo adiar o caos total.

E agora temos o futebol puxar pelo nosso orgulho. Quando acabar o mundial, voltaremos ao nosso quotidiano e vamos perceber que apesar de todas bandeiras orglhosamente exibidas, este país continua à espera que cada um de nós faça realmente algo de positivo para inverter a tendência negativa. Teremos de fazer um esforço comum, esquecer privilégios que admitimos como eternos, arregaçar as mangas, suar de novo como jovens em início de carreira quer sejamos um Cristiano Ronaldo ou um Figo e vamos ter de descobrir dentro de nós a magia do Deco para conseguirmos dar a volta a este Portugal.

Essa tem de ser a nossa bandeira diária: construir um futuro para o nosso país.

quarta-feira, junho 14, 2006

Simplicidade

A vida ensina-nos tantas vezes que as soluções simples resolvem os problemas mais complicados. Isto acontece porque muitas vezes são os métodos mais básicos e que ninguém quer testar que dão resultados satisfatórios.

A dificuldade está em encontrar essa simplicidade que depois de posta em prática parece tão óbvia aos olhos de quem tanto a procurou. Daí que soluções estranhamente incomuns e simples nao devem à priori ser colocadas de parte porque pode muito bem ser aí que esteja a solução que tanto procuramos.

domingo, junho 11, 2006

Portugal - Angola

O jogo não foi bonito, o resultado foi pobre mas o suficiente para ganharmos. Como diz o povo: “grão a grão enche a galinha o papo”, mas é preciso ter mais empenho e qualidade nos próximos embates para que o resultado possa acompanhar a ambição.
E tirar lições dos momentos menos bons é sempre uma excelente opção!

domingo, junho 04, 2006

Em branco

Que adianta criar um espaço aqui se depois fica em branco?
Realmente não sei, acho que o objectivo no primeiro momento foi tirar o “projecto da gaveta” dando-lhe um primeiro impulso. Só que depois as palavras mantiveram-se guardadas simplesmente na memória.
Poderia apelar à falta de tempo, a minha desculpa mais frequente por ser também totalmente verdadeira, mas a verdade é que em poucos minutos posso dar mais um pouco de vida a este espaço se bem o pretender, basta um pequeno esforço.

Hoje o branco é substituído por estas palavras, amanhã não sei o que vai acontecer, logo se verá. Não ando mesmo em maré de fazer planos porque estes saem constantemente furados e por isso evito-os ao máximo. Não faço promessas nem assumo compromissos, mas tentarei não deixar que esta ideia morra, porque gosto dela.