Bandeira
Será que hoje em dia só se aprende a cantar o hino nacional por causa da selecção? Seremos um país de costas voltadas para os símbolos em que apenas o futebol nos faz olhar de novo para a bandeira que nos representa enquanto nação? Ou seremos um país tão desencantado em que apenas o jogo da bola nos faz acreditar que podemos ser tão bons como os melhores?
Talvez a tudo isto não seja estranho o facto de se discutir cada vez mais se este é um país com futuro ou se estamos irremediavelmente presos à menoridade e às crises consecutivas que nos arrastam para a cauda da Europa por muito que o conceito desta se alargue a Leste. Estamos descrentes enquanto povo, faltam as referências e o ideais, mas pior é que continua a não existir uma consciência sólida que dependemos do esforço de cada um de nós para conseguir cosntruir um futuro melhor e que não é simplesmente cruzando os braços enquanto esperamos um milagre do tão falado Estado que venha de novo adiar o caos total.
E agora temos o futebol puxar pelo nosso orgulho. Quando acabar o mundial, voltaremos ao nosso quotidiano e vamos perceber que apesar de todas bandeiras orglhosamente exibidas, este país continua à espera que cada um de nós faça realmente algo de positivo para inverter a tendência negativa. Teremos de fazer um esforço comum, esquecer privilégios que admitimos como eternos, arregaçar as mangas, suar de novo como jovens em início de carreira quer sejamos um Cristiano Ronaldo ou um Figo e vamos ter de descobrir dentro de nós a magia do Deco para conseguirmos dar a volta a este Portugal.
Essa tem de ser a nossa bandeira diária: construir um futuro para o nosso país.
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