domingo, março 21, 2010
sábado, março 20, 2010
Alquimia de afectos
Dizem-me, e eu cada vez mais acredito, que existem pequenos fios invisíveis que ligam as pessoas. Delicados e frágeis que não conseguem amarrar ninguém mas ao mesmo tempo têm uma força que lhes permite durar uma vida inteira. Eles são fruto de uma alquimia de afectos e com eles tecemos cumplicidades ao longo da vida.
quinta-feira, março 18, 2010
quarta-feira, março 17, 2010
Cumplicidade
Havia como que um véu de mansidão a revestir aquele abraço, bem para lá de todo o afecto e desejo por demais evidente em cada toque de ternura e em cada degrau de intimidade. Era como se uma aura de aconchego estivesse a ser urdida naquele entrelaçar de sorrisos cada vez mais cúmplices.
quarta-feira, março 10, 2010
Talvez
Perdido entre um “sim” e um “não”, entre dois pólos que nem sequer parecem representar posições extremadas nem tão pouco constituem atitudes antagónicas, o pensamento vagueia por um “talvez” desconfiado e algo inquieto, sentindo que os extremos se atraem mais do que se afastam, confundindo-se numa amálgama de comparações indiferentes, contradições explosivas e paixões generalizadas, como se quisessem mostrar que a força da vontade prefere escolher a ambos sem eleger nenhum deles.
domingo, março 07, 2010
Andamento
Não percas o ritmo, agarra a composição e não te deixes acomodar ao silêncio ou à pausa. Deixa que estes sejam apenas parte da batida que vais traçando a cada passo. Se necessário, segue de improviso sem perder as referências nem a melodia. Movimenta-te de forma mais efusiva ou opta por um modo mais lento, mas não percas a cadência.
Constrói o teu andamento, não pares! Agarra-o!
Constrói o teu andamento, não pares! Agarra-o!
sábado, março 06, 2010
Desconhecido
Nunca ninguém lhe dissera que o fim estaria ao virar da esquina, nem sequer lhe ocorreu que do outro lado da dobra das paredes estivesse um beco sombrio. Seguiu determinado mas menos impávido que todos os outros dias, pressentindo um chão escorregadio e perigoso, enquanto tomava consciência que a surpresa se podia transformar em medo.
No limite, reconheceu-o, afinal aquele desconhecido sempre estivera ali à sua espera sem aviso prévio.
No limite, reconheceu-o, afinal aquele desconhecido sempre estivera ali à sua espera sem aviso prévio.
Palavras
Perdi as palavras algures entre o aqui e o ali, deixei que se escapassem por entre as imagens que também se tornam escassas. Talvez tenha sido eu a abrir as mãos e a deixar que que voassem, talvez estivesse à procura de as renovar e reinventar mas depois acomodei-me a vê-las esvoaçar e não as procurei de novo. Ou talvez não as tenha conseguido fazer soltarem-se na forma prevista e tenha optado por outras formas de expressão para expelir reflexões e impressões.
Pego de novo nelas hoje, não pela pressão do “tem de ser”, mas simplesmente deixando que se soltem ao sabor do dedilhar continuo no teclado e ao ritmo da música recém-descoberta que me embala nesta regresso à escrita partilhada. É um primeiro reencontro com elas, não sei se haverá amanhã ou se ficam por aqui, mas tanta coisa na vida tem sido vivida deste modo tão presente que mal nenhum virá se elas desaparecerem novamente amanhã.
Pego de novo nelas hoje, não pela pressão do “tem de ser”, mas simplesmente deixando que se soltem ao sabor do dedilhar continuo no teclado e ao ritmo da música recém-descoberta que me embala nesta regresso à escrita partilhada. É um primeiro reencontro com elas, não sei se haverá amanhã ou se ficam por aqui, mas tanta coisa na vida tem sido vivida deste modo tão presente que mal nenhum virá se elas desaparecerem novamente amanhã.